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“As pessoas que ameaçam se matar não farão isso, querem apenas chamar a atenção”.
Quem nunca ouviu essa frase? O suicídio além de ser um tabu ainda carrega contornos de preconceito e conceitos pejorativos. Um fato recente no Espírito Santo acontecido dia 25 de julho de 2017 exemplifica claramente tal fato; a terceira ponte (uma das pontes principais do Estado) ficou paralisada por um tempo devido uma tentativa de suicídio o jornal Gazeta Online (1) relatou falas dos motoristas que estavam no congestionamento:
“Libera uma das faixas, não tenho nada a ver com esse cara”, gritou um dos motoristas parados.
Falta de conhecimento sobre o assunto, medo e silencio cria-se tabu e mitos envolta da temática. Será que realmente não temos nada a ver com aquele cara?
A BBC Brasil (2) revelou dados alarmantes obtidos pelo dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde:
“Em 1980, a taxa de suicídios na faixa etária de 15 a 29 anos era de 4,4 por 100 mil habitantes; chegou a 4,1 em 1990 e a 4,5 em 2000. Assim, entre 1980 a 2014, houve um crescimento de 27,2%”
Com o crescimento expressivo do suicídio é importante que estejamos alerta sobre fatores de risco e sinais de alerta. As pessoas que possuem idéias suicidas deixam sinais que podem ser imperceptíveis aos olhos de um cotidiano atarefado. Portanto, conhecer os fatores de risco auxilia na prevenção e intervenção, assim pode-se citar 5 fatores principais (3):
a) Doenças mentais: Transtorno de humor; Transtornos mentais relacionados ao uso e abuso álcool, drogas e outras substâncias; Transtornos de personalidade e ansieade; Esquizofrenia;
b) Suicidabilidade: Ter tentado suicídio, ter familiares que tentaram ou se suicidaram;
c) Aspectos sociais: Gênero masculino; Idade entre 15 e 30 anos e acima de 65 anos; Sem filhos; Moradores de áreas urbanas; Isolamento social; Solteiros, separados ou viúvos;
d) Aspectos psicológicos: Perdas recentes; Baixa resiliência; Personalidade impulsiva; agressividade; humor instável; desesperança, desespero e desamparo.
e) Condições clínicas incapacitantes: Doenças orgânicas incapacitantes; Dor crônica; Doenças neurológicas; Trauma medular; Tumores malignos; AIDS.
Os sinais de alerta podem transparecer aos olhos menos atentos como querer chamar a atenção ou carência. Estes não possuem definições tão delimitadas como os fatores de risco, porém são perceptíveis, como por exemplo numa conversa a pessoa pode dizer frases de alerta como (3) (4):
“Eu preferia estar morto”.
“Eu não posso fazer nada”.
“Eu não agüento mais”.
“Eu sou um perdedor e um peso pros outros”.
“Os outros vão ser mais felizes sem mim”.
“vontade de sumir/desaparecer do mundo”
“dormir para sempre”
“dormir e não mais acordar”
“não devia ter nascido”
“seria melhor se eu estivesse morto”
“não quero mais viver”
“quero dar um fim a tudo isso”
“eu sou um fardo para os outros”
Mas tudo tem que ser analisado em contexto, se a pessoa falou algumas dessas frases ou similar não quer dizer que ela vai cometer suicídio. É importante levar em consideração um conjunto de ações e históricos, para que não ocorra generalização do comportamento suicida. Há uma diferença entre os ideação suicida e a tentativas suicidas, o primeiro é representação mental sobre suicídio; são por exemplos planos, desejos de cometer suicídio, mas não se realiza o ato em si. É percebida como um comportamento que antecede o ato em si. Já a último é o ato de autolesão com intenção de morte, pode ou não resultar em morte.
Existem alguns mecanismo de proteção e site que podem te ajudar a romper o preconceito e a desmitificar os mitos sobre a temática:
Centro de Valorização da Vida (CVV)
Rede Brasileira de Prevenção do Suicídio (REBRAPS)
http://www.comportese.com
Projeto de Apoio à Vida (PRAVIDA)
Centro de Amor à Vida (CAVIDA)
World Health Organization (WHO)
Suicide rates – Atlas – World Health Organization (WHO)
International Association for Suicide Prevention (IASP)
American Association of Suicidology (AAS)
American Foundation for Suicide Prevention (AFSP)
Referencia Bibliográfica:
(1) http://www.gazetaonline.com.br/opiniao/artigos/2017/07/sabe-a-empatia-pulou-da-ponte-hoje-1014081954.html
(2) http://www.bbc.com/portuguese/brasil-39672513
(3) https://www.cvv.org.br/wp-content/uploads/2017/05/manual_prevencao_suicidio_profissionais_saude.pdf
(4) http://www.comportese.com/2016/08/mitos-sobre-suicidio-1-quem-quer-mesmo-se-matar-nao-da-sinais-previos
http://www.abeps.org.br/prevencao/
https://www.cvv.org.br/wp-content/uploads/2017/05/Falando-Abertamente-CVV-2017.pdf
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Nas escolas perpassam assuntos para além da educação acadêmica, os assuntos pessoais dos alunos e professores, valores sociais e éticos, cultura e outros atravessam esse ambiente. Por isso tratar de Bullying na escola é um desafio.
Por isso é fundamental fazer uma sensibilização de TODOS tais como pais, alunos, professores, pedagogo, motorista, porteiro, atendente da lanchonete e outros sobre a temática pelo menos uma vez ao ano com palestra ou workshop e ter sempre em murais cartazes repudiando atos de bullying. Uma ação de bullying na escola repercuti na vida de todos desde daquele que foi o agressor, de quem sofreu, de quem vivenciou como seus responsáveis na escola e na vida.
O importante é que todos somos responsáveis, não somente o agressor. Este ato de agressividade se atravessa por emaranhado fatos e atos. Prevenção sempre é o melhor caminho. Existem vários lugares online e estudo e aprofundamento do tema e apostila para Download (aqui).
Os agressores usualmente praticam bullying com pares mais vulneráveis, seus alvos são aqueles diferentes: raça, cor, roupa, modo de comportar (mais introvertido, nerd e outros), acima do peso, têm algum traço físico característico (como orelhas grandes), usam óculos, aparelho, apresentam alguma deficiência ou doença.
Devido a fragilidade do agredido eles na maioria dos casos permanece calado(a) durante o ataque e depois. Geralmente quem sofre Bullying acham que a culpa é delas; tem como consequência no comportamento: isolamento social; propensas a faltar às aulas e até a abandonar a escola; querer se vingar usando a violência; dificuldades de aprendizagem.
Referencia Bibliográfica:
(1) http://www.violencepreventionworks.org/public/bullying.page
(2) FANTE, C. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. Campinas: Verus, 2005. 224 p.
(4) http://www.sabado.pt/mundo/europa/detalhe/finlandia-desenvolve-programa-anti-bullying
(5) http://www.chegadebullying.com.br/
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“Uma pessoa é intimidada quando ele ou ela está exposta, repetidamente e ao longo do tempo, a ações negativas por parte de uma ou mais pessoas, e ele ou ela tem dificuldade em se defender”. Dan Olweus (1)
Quem nunca sofreu ou vivenciou uma situação de zombaria entre crianças ou adolescentes. É difícil estabelecer uma linha de diferença entre provocações, “brincadeiras” e bullying. Por isso é importante observar as características para que não se possa dizer que tudo é bullying ou identificar como brincadeira o que não. A criança agressora é aquela que age de forma agressiva contra um par que é considerado mais fraco fisicamente e/ou intelectualmente com a intenção de machucar, humilhar e ofender.
Assim o bullying se caracteriza por um comportamento agressivo intencional de modo repetido envolvendo um desequilíbrio de poder ou força de pares. Segundo Olweus Bullying Prevention Program (1) o bullying pode assumir muitas formas e eles identificaram os seguintes tipos:
Segundo Fante (2005), a termologia termo bullying não é comum em todos os países. No japão, emprega-se Ijime (leia-se i-di-me), recetemente o huffington post (3) publicou um caso de bullying escolar que acarretou no suicídio de um menino de 3 anos. Já Noruega, Dinamarca, Suécia e Finlândia utiliza-se mobbing, na Finlândia (4) criou-se um programa anti-‘bullying’ chamado KiVa (em finlandês é Kiusaamista Vastaan, que significa “contra o abuso escolar”). Na Itália chama-se Prepotenza ou Bullismo. Na Espanha pode-se chamar intimidación ou Acoso y Amenaza; e por fim na Alemanha diga-se Agressionen unter shülern.
Referencia Bibliográfica:
(1) http://www.violencepreventionworks.org/public/bullying.page
(2) FANTE, C. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. Campinas: Verus, 2005. 224 p.
(4) http://www.sabado.pt/mundo/europa/detalhe/finlandia-desenvolve-programa-anti-bullying
(5) http://www.chegadebullying.com.br/