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O Inconsciente na Psicanálise: Freud e Lacan

Hoje, vamos mergulhar em um dos temas mais fascinantes e misteriosos da psicanálise: o inconsciente. Afinal, como algo que não vemos, não controlamos e muitas vezes nem sabemos que existe pode influenciar tanto as nossas vidas? Vamos explorar isso juntos, com insights da obra de Freud e Lacan, dois gigantes da psicanálise que ajudaram a moldar nossa compreensão sobre a mente humana.

Freud, o pai da psicanálise, foi o primeiro a sugerir que uma parte significativa da nossa vida mental é inconsciente. Ele propôs que o inconsciente não só guarda memórias reprimidas e desejos ocultos, mas também é o palco de conflitos psíquicos que afetam diretamente nosso comportamento.

Um exemplo clássico disso é o famoso “ato falho”, ou seja, quando dizemos algo que não queríamos dizer, mas que, de certa forma, revela nossos verdadeiros desejos ou medos. Quem nunca se pegou dizendo algo embaraçoso em um momento crítico?

Freud Explica

Freud desenvolveu a ideia de que nossos impulsos inconscientes são muitas vezes perturbadores ou inaceitáveis para a consciência, razão pela qual eles são reprimidos. No entanto, eles continuam a agir nas sombras, influenciando nossos sonhos, sintomas físicos e até a maneira como nos relacionamos com os outros.

A famosa metáfora do “iceberg” ilustra bem essa ideia: o que vemos, nossa consciência, é apenas a ponta do iceberg, enquanto a maior parte, o inconsciente, permanece submersa e fora do alcance imediato.

E é aí que entra Lacan, com sua releitura da obra de Freud. Lacan trouxe uma nova dimensão ao estudo do inconsciente, focando na linguagem como a chave para compreendê-lo.

Para Lacan, o inconsciente é estruturado como uma linguagem. Isso significa que, em vez de ser apenas um depósito de desejos reprimidos, o inconsciente se expressa por meio de signos, símbolos e palavras. Isso fica evidente nos sonhos, nos lapsos de linguagem e até mesmo em nossos gestos e comportamentos.

Lacan também introduziu o conceito de “sujeito dividido”, sugerindo que nunca estamos totalmente conscientes de quem realmente somos. Há sempre uma parte de nós que permanece oculta, enigmática, e isso gera uma constante busca por significado e identidade. Para Lacan, essa busca nunca pode ser completamente realizada, porque o inconsciente é uma parte essencial do que somos, mas sempre fora de nosso controle direto.

Agora, por que isso é importante para nós, hoje? Pense em quantas vezes você já se perguntou por que repetimos certos comportamentos ou entramos em relacionamentos tóxicos, mesmo sabendo que não são bons para nós.

A resposta pode estar em nosso inconsciente. A psicanálise sugere que, ao explorar essas partes ocultas de nós mesmos, podemos ter uma vida mais autêntica e menos dominada por padrões inconscientes.

Então, convido vocês a refletirem: Como o inconsciente afeta suas decisões diárias? Será que alguns de seus comportamentos ou emoções são guiados por algo que você ainda não entendeu completamente? Ao trazer esses temas para a consciência, podemos começar a questionar e transformar partes importantes de nossas vidas.

E claro, não podemos esquecer que esse é apenas o começo da conversa. Freud e Lacan abriram portas que continuam sendo exploradas até hoje. No próximo episódio, vamos nos aprofundar em um tema relacionado: o desejo, segundo a psicanálise lacaniana. Não percam!

Você já ouviu falar de Sigmund Freud?

Vozes da Psicologia: Sigmund Freud

Você já ouviu falar de Sigmund Freud? Ele é muitas vezes chamado de “pai da psicanálise” e, sem dúvida, foi uma figura que revolucionou a forma como entendemos a mente humana. Freud nasceu em 1856, numa cidade que hoje faz parte da República Tcheca, mas que na época pertencia ao Império Austríaco. Desde pequeno, ele sempre foi muito curioso sobre o comportamento das pessoas e, ao longo da vida, esse interesse cresceu.

Mais sobre a vida de Sigmund Freud

Freud começou sua carreira como médico, mas não demorou muito para que ele se voltasse para algo bem mais desafiador: os mistérios da psique humana.

A ideia dele era entender por que as pessoas agiam de certas maneiras ou desenvolviam problemas psicológicos.

No final do século XIX, ele começou a explorar casos de histeria e outros distúrbios mentais. Nessa época, a hipnose estava em alta, e Freud usava essa técnica no início, mas logo percebeu que havia um método mais eficaz e menos complicado: a associação livre.

Basicamente, ele deixava as pessoas falarem o que quisessem, sem filtro. E adivinha? Isso trouxe à tona muitos pensamentos e desejos que estavam guardados no fundo da mente, no que ele chamou de inconsciente.

Freud acreditava que grande parte de nossas ações eram influenciadas por esse lado inconsciente da mente, cheio de experiências reprimidas, muitas vezes desde a infância.

Talvez você já tenha ouvido falar disso, mas foi ele quem trouxe essa ideia à tona pela primeira vez. E tem mais: em 1900, ele lançou um livro que fez muito barulho, A Interpretação dos Sonhos.

Nele, Freud sugeriu que nossos sonhos não são apenas produtos do acaso, mas sim uma espécie de janela para o inconsciente, revelando desejos e emoções que a gente nem sabia que tinha!

Freud também trouxe outra ideia que chocou muita gente na época: a teoria da sexualidade infantil. Segundo ele, nossa sexualidade começa a se desenvolver desde cedo, o que, claro, gerou polêmica.

Mas, para Freud, entender essas fases do desenvolvimento era fundamental para compreender alguns dos conflitos internos que enfrentamos ao longo da vida.

E sabe o que é interessante?

Freud não estava sozinho nessa jornada. Ele foi mentor de outros psicólogos famosos, como Carl Jung e Alfred Adler. Embora eles tenham seguido caminhos diferentes mais tarde, Freud foi um ponto de partida importante para esses pensadores também.

Com o passar do tempo, Freud foi refinando suas ideias e, entre seus conceitos mais conhecidos, estão os famosos id, ego e superego.

Ele via essas três instâncias como partes da nossa mente que estão constantemente em negociação, influenciando nosso comportamento. E isso não era tudo. Freud não parou na psicologia individual; ele também refletiu sobre a sociedade, a cultura e até a religião.

Infelizmente, com a ascensão do nazismo, Freud teve que sair de Viena em 1938 e acabou indo para Londres, onde viveu até o fim de sua vida, em 1939.

Mesmo nos seus últimos anos, ele continuava ativo, escrevendo e desenvolvendo suas teorias. A influência de Freud foi tão grande que, até hoje, sua obra continua sendo um ponto de referência, mesmo que algumas de suas ideias tenham sido revisadas ou questionadas ao longo do tempo.

Se você se interessa por entender mais sobre a mente humana e o que nos move, Freud é um nome que você definitivamente deve conhecer. Ele abriu portas para toda uma nova forma de pensar a psicologia.

Referência bibliográfica:

Freud, S. (1900). A Interpretação dos Sonhos. Viena: Berggasse.

Gay, P. (1988). Freud: Uma Vida para o Nosso Tempo. Companhia das Letras.